A preparação para o início ou a volta às aulas pode ser um período desafiador para crianças autistas, que frequentemente possuem uma necessidade maior de rotina e previsibilidade. Para garantir uma transição suave e um ambiente escolar acolhedor, o planejamento antecipado entre família, escola e terapeutas é a palavra-chave. Abaixo, reunimos as principais estratégias baseadas em evidências para apoiar sua criança nesse processo.
A Importância da Rotina e da Previsibilidade
Para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a rotina não é apenas uma agenda, mas uma ferramenta fundamental para a segurança emocional e redução da ansiedade. Alterações inesperadas podem causar desregulações significativas, por isso é essencial preparar a criança com antecedência.
- Ajuste Gradual: Inicie o reajuste dos horários de dormir, acordar e se alimentar com pelo menos uma semana de antecedência ao início das aulas.
- Recursos Visuais: Utilize rotinas visuais e fotos da escola e dos professores para dar previsibilidade sobre o que está por vir.
- Antecipação de Mudanças: Se houver uma nova escola, novos colegas ou professores, converse abertamente e, se possível, apresente o espaço físico para a criança antes do primeiro dia.
Integração Sensorial no Contexto Escolar
Dificuldades no processamento sensorial afetam entre 56% e 70% das crianças com autismo, o que impacta diretamente o desempenho em atividades escolares. A Integração Sensorial de Ayres (ISA) é uma abordagem da Terapia Ocupacional que ajuda o cérebro a organizar as informações do ambiente e do próprio corpo.
No ambiente escolar, falhas nessa organização podem se manifestar como agitação, dificuldade de foco ou sensibilidade a ruídos. O Terapeuta Ocupacional pode colaborar com a escola sugerindo adaptações ambientais e estratégias que favoreçam a autorregulação da criança durante as aulas.
A Estratégia das “Pausas Cerebrais” (Brain Breaks)
Uma ferramenta eficaz para prevenir colapsos e estresse ao longo do dia escolar é a introdução das Pausas Cerebrais. Trata-se de interrupções mentais curtas, de 3 a 5 minutos, destinadas a ajudar a criança a manter o foco ou a se autorregular em momentos de transição.
- Momentos Sugeridos: Podem ser feitas de manhã para energizar o cérebro, durante tarefas de maior esforço cognitivo (como o dever de casa) ou antes de atividades que exijam calma.
- Benefícios: Essas pausas apoiam o bem-estar emocional, organizam o comportamento e aumentam a motivação para a aprendizagem.
Diálogo e Parceria com a Escola
A inclusão efetiva depende de um diálogo contínuo entre os cuidadores e a equipe escolar. É importante entregar à escola um material contendo informações personalizadas sobre a criança: o que ela gosta, o que não gosta, suas questões alimentares e suas habilidades. Se a criança utiliza um objeto de conforto, converse com os professores para permitir que ela o leve nos primeiros dias de adaptação.
O papel do Terapeuta Ocupacional é fundamental para treinar as atividades de vida diária e o desempenho ocupacional, visando o máximo potencial e autonomia da criança no ambiente escolar.
Para compreender melhor, imagine que a rotina e as estratégias sensoriais funcionam como o GPS de uma viagem: quando sabemos exatamente o caminho, as curvas e as paradas programadas, a jornada torna-se muito mais tranquila e segura, permitindo que a criança aproveite a paisagem do aprendizado sem o medo do desconhecido.
Artigo criado com ajuda de IA e com a curadoria da FundamenTO.